sábado, 25 de setembro de 2010

JOÃO.

Vim contar o que me ocorreu há pouco.

Tomava banho quando me veio na cabeça que vamos, os formados em 2009, promover um reencontro. E como dinâmica, cada um levará um objeto que representou o seu ano. E foi esse o bilhete para minha viagem: o objeto. Foi uma viagem que durou 20 minutos e mtos litros d'àgua. E como a viagem foi longa, a volta teve varias paradas, por isso perdi algumas bagagens, alguns pensamentos. Mas tentarei, aqui, reproduzi-los, o máximo.

Que objeto levar? O que fiz nesse ano todo? Logo me veio que deveria levar alguma coisa ligado ao basquete, afinal passei (até agora) quase 9 meses tentando acerta uma bola em um cesto. Joguei basquete o ano todo. Vou levar portanto uma camiseta do time de Barueri. Ela representa o basquete. Mas levarei uma camiseta especial! Uma que tem 4 letras grafadas, pontuada por um acento, o qual o nome me lembra uma pessoa querida: til.

JOÃO.

Quanta representatividade tem meu nome numa camiseta de jogo. Meu Deus!

Desconfio que nao tive, antes, uma camiseta com o meu nome porque nunca parei para pensar sobre tal pessoa: o João.

Um dia, quero acordar e esquecer qual é o meu nome. Esquecer quem eu sou. Esquecer que um dia alguém já me chamou, já esperou algo de mim. Esquecer que preciso responder a um nome: João. Eu quero, nesse dia ao acordar, fazer as coisas que tenho vontade sem me importar com a opinião dos outros, sem a preocupação de dar satisfação. Quero apenas ser. Sem rotulações. Sem adjetivos. Ser livre. Libertar-me dessa gaiola (meu nome) que me prende a especulações.

Quando fala-se em João, por trás do nome vêm adjetivos, palpites, conceitos. Na verdade, eles tratam do nome, não da pessoa que tem suas vontades, seus humores, sua improbabilidade.

Quero, nesse dia ao acordar, ser eu e não o que as pessoas esperam de mim.

Clarice Lispector já disse: "Deram-me um nome e alienaram-me de mim."

Voltando a camiseta: Não joguei só basquete nesse ano. Dei alguns passos ao encontro de mim. Provei-me que por mais doloroso que seja eu consigo superar todos os meus limites: as minhas saudades, as minhas dependências (familia, amigos) etc. Provei-me que eu me aguento.

E se eu me aguento, quem eu nao aguenterei? Se eu posso comigo, quem poderá contra mim?

-

Duvido que alguém imaginou que 4 letras poderiam render tanta filosofia barata... O bicho causador disso tudo deve ser a minhoca que tem em cima do "A", ~.

-

Beijos na alma de todos.

Nenhum comentário: